Ainda em dúvida sobre os cuidados com os pets durante a pandemia?

Em tempos em que imperam  notícias falsas, é preciso muito cuidado na escolha de fontes de informação. Pensando nisso, médicas-veterinárias do Hospital Veterinário (Hovet) da FMVZ USP resolveram divulgar orientações sobre cuidados necessários para manter o bem-estar dos pets em tempos de pandemia e alertam que não é preciso abandoná-los com medo da transmissão do coronavírus. 

Uma dúvida que ainda persiste e é manifestada por muitos é se os animais podem ser contaminados e se transmitem a Covid-19.

As médicas-veterinárias  Khadine Kazue Kanayama  e Viviane Sanchez Galeazzi  esclarecem: “A Covid-19, por ser uma doença nova, ainda requer muitos estudos com relação às formas de contaminação e transmissão pelos animais.

Não abandone seu animalzinho

O que se sabe hoje, é que os cães são muitos resistentes a infecção experimental. Desenvolvem anticorpos mas não excretam vírus. Já gatos são muito mais suscetíveis que cães, são capazes de serem infectados mas não há comprovação científica de que transmitam a doença para pessoas. Portanto, não  há a necessidade de abandonar os animais, enfatizam.” 

Animais de companhia

Nesse período de isolamento social, a companhia de um pet é recomendável. Manter a rotina, mas ao mesmo tempo adaptar-se a um novo estilo de vida, requer muitas mudanças. O confinamento em casa, sem poder encontrar a família e amigos, a companhia dos animais de estimação pode ajudar a suprir essa necessidade, pois permite a interação, estimulam o amor, o carinho, o cuidado, fortalecendo o vínculo entre tutor e o animal. Dedicar um tempo para isso é totalmente benéfico para o bem-estar emocional.  

Mantenha a higiene em dia

Muitos estudos ainda precisam ser feitos, por isso todos os cuidados, recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), devem ser tomados.

Com os pets é importante manter a higiene do ambiente, patinhas, pelagem e objetos como bebedouros, coleiras, roupinhas, brinquedos, entre outros, que podem levar e espalhar a doença e agentes infecciosos.

Muito carinho nessa hora

A adaptação pode ser mais complicada para alguns animais que estavam acostumados a passear diariamente e agora estão confinados. O estresse e a ansiedade causados pela mudança brusca da rotina podem ser minimizados mantendo o animal ativo e ocupado, estimulando brincadeiras dentro do domicílio com bolas, corridas, brinquedos interativos, criação de um ambiente mais complexo promovendo desafios e novidades, são medidas simples para promover maior entretenimento dos animais, sugerem as profissionais.

Recomendam ainda, maior interação com o pet na forma de carinho, massagens, adaptar um espaço confortável para descanso, além do cuidado especial com o excesso de alimento e petiscos durante essa fase de menor atividade física e gasto energético, devido ao risco de desenvolvimento de sobrepeso e obesidade. Um médico-veterinário deve ser consultado para se obter orientação sobre a alimentação nutricional, alertam.

Passear pode?

Se não for possível suspender os passeios, as veterinárias recomendam algumas medidas para diminuir o contato com outras pessoas e animais: procurar sair em horários estratégicos de pouco movimento; o passeio deve durar o menor tempo possível; sair uma única pessoa; evitar a interação social; manter o distanciamento mínimo de dois metros de pessoas e animais; levar saquinhos para recolher os dejetos e jogar no lixo quando retornar; redobrar os cuidados com a higiene como lavar as patas (coxins) com água e sabão neutro, próprio para uso veterinário, e secar bem para evitar a proliferação de fungos e bactérias; e higienizar o pelo”. 

Para concluir, Khadine e Viviane recomendam que os tutores sigam as orientações da OMS como uso de máscaras durante o passeio, lavar as mãos com água e sabão, uso de álcool gel, além de retirar o calçado e se lavar ao chegar em casa.

Fotos: FMVZ USP Imagens